sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Céu e o Inferno

Pode-se ler na folha de rosto desse livro o seguinte: Exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte.
Foi publicado em 1° agosto de 1865, com o título O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo. É constituído de duas partes, tendo a primeira - intitulada Doutrina - onze capítulos e a segunda - denominada Exemplos - oito capítulos.
Em artigo publicado na Revista Espírita de setembro de 1865, Kardec, ao fazer a apresentação de O Céu e o Inferno, informa, principalmente, o objetivo do livro, as matérias e a forma como aí foram organizadas. São suas palavras: O título desta obra indica claramente o seu objetivo. Aí reunimos todos os elementos próprios para esclarecer o homem sobre o seu destino.
A primeira parte desta obra, intitulada Doutrina, contém o exame comparado das diversas crenças sobre o céu e o inferno, os anjos e os demônios, as penas e as recompensas futuras; o dogma das penas eternas aí é encarado de maneira especial e refutado por argumentos tirados das próprias leis da Natureza, é que demonstram não só o seu lado ilógico, já assinalado centenas de vezes, mas a sua impossibilidade material. Com as penas eternas caem, naturalmente, as consequências que se acreditava delas poder tirar.
A segunda parte encerra numerosos exemplos em apoio da teoria, ou, melhor, que serviram para estabelecer a teoria. Colhem sua teoria na diversidade dos tempos e lugares onde foram obtidas, porquanto, se emanassem de uma única fonte, poderiam ser consideradas como produto de uma mesma influência. Além disso, colhem-na na sua concordância com o que diariamente se obtém em toda parte onde se ocupam das manifestações espíritas de um ponto de vista sério e filosófico. Esses exemplos poderiam ter sido multiplicados ao infinito, pois não há centro espírita que não os possa fornecer em notável contigente. Para evitar repetições fastidiosas, tivemos de fazer uma escolha entre os mais instrutivos. Cada um desses exemplos é um estudo em que todas as palavras têm o seu alcance para quem quer que as medite com atenção, porque de cada lado jorra uma luz sobre a situação da alma depois da morte, e a passagem, até então tão obscura e tão temida, da vida corporal à vida espiritual. É o guia do viajor, antes de entrar num país novo. A vida de além-túmulo aí se desdobra sob todos os seus aspectos, com um vasto panorama; cada um aí colherá novos motivos de esperança e de consolação, e novos suportes para firmar a fé no futuro e na justiça de Deus.

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